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Falando umas indecências

Isis Cardoso domingo, 26 de agosto de 2012

Num país onde a miséria está nas ruas diariamente a olhos nus e o desemprego assola milhares de cidadãos, as mídias manipuladas são imorais e hipócritas.

Fala-se muito da imoralidade como o ato de mostrar "sem vergonhice" na rede exposta; mas o que é "sem vergonhice" senão a falta de escrúpulos de falar de fome, crise, corrupção, saúde deficiente, educação de baixíssima qualidade e caos urbano e, depois de nos esbofetear com toda essa indecência nacional, dar "boa noite" como se nada tivesse sido dito?

Imoral não foi Nelson Rodrigues, com suas peças erotizadas que causaram escândalo à sociedade. Imoral não é um palavrão escapulido na novela das oito. Imoral é o País todo ver esse caos, que "nunca vai mudar" porque o povo se prostitui por meia dúzia de favores eleitorais de algum deputado ou vereador no tempo de votar. Não é necessária a censura quando todo esse nojo é exibido em classificação livre.

Para quê querer falar palavrão se todas as palavras do mais baixo calão já são ditas de modo tão trivial?

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Outro post sobre a Autora

Isis Cardoso terça-feira, 21 de agosto de 2012 ,

Muito fácil julgar sem conhecer, por isso estou escrevendo um post sobre mim. Poderia ser um tapa na cara da sociedade, mas prefiro tratar como um esclarecimento dos últimos três anos, ou seja : o que eu fiz da minha vida depois da escola.

2010 foi o meu ano emocional, e dele eu extraí tudo, até a última gota. Sorri (muito, e a maioria desses sorrisos foram graças a Isis Oliveira e nosso I², que um dia vai voltar -prometo), beijei, comecei namoros, viajei, conheci estrangeiros numa praia bizarra, terminei namoros, vi Eclipse, me apaixonei, namorei mais outra vez, me iludi, chorei um bocado, tentei ENEM e UERJ, não passei para UERJ, fui a última visita da vida de alguém e terminei o ano apenas eu.

2011 foi o meu ano de amadurecimento, um divisor de águas entre a garota que terminou o médio em 2009 e a mulher em formação. Consegui um emprego, passei para Química na IFRJ (mas perdi o prazo de inscrição), não tive nenhum relacionamento afetivo, escrevi quase 80 músicas, aprendi muita coisa sobre pessoas, negócios e caráter, me envolvi em DIVERSAS atividades eclesiástica, comecei as aulas de História da Música, tirei Carteira de Trabalho (CTPS) e Título Eleitoral, aprendi a ter que tirar energia de reserva para trabalhar, estudar e fazer as coisas da igreja todos os dias, saí da loja depois de nove meses (por motivo de fechamento), fiz OUTRO ENEM, chorei a morte do meu avô, tentei uma reconciliação com um dos ex com quem eu terminei (sem sucesso, com direito a lágrimas em pleno natal) e encerrei o ano fora de casa.

2012 tem sido o meu ano de "criar asas". Comecei o ano fora de casa, trabalhei por um mês ou dois em uma lanhouse, finalmente fui a um aniversário da Carol Zeilinger (uma vez que eu, sendo a pior melhor amiga do mundo, viajei na semana de aniversário de 15 anos) e minha cadela Oprah morreu dois dias,depois, terminei meus cursos de Música, retomei minha paixão por ciclismo, conheci um pouquíssimo de Nova Iguaçu, descobri que conheço o Centro de Duque de Caxias bem até demais para quem quase nunca vai lá, tive um namoro-relâmpago de um mês, comecei a me importar com meu pai (por perceber que manter sentimentos ruins não melhoraria nada em minhs vida), lancei dois EP's e duas demotapes na internet. O ano ainda não acabou, ainda tem quatro meses e um ENEM para viver, afinal.

TUDO ISSO E AINDA MANTENDO TRÊS BLOGGERS, UM PERFIL DE REDE SOCIAL E UM MICROBLOG.

Esclarecimentos feitos, e parece muita coisa para uma conformada sem futuro, huh?

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Choques contínuos

Isis Cardoso
Expectativas são uma droga. Você cria, vê crescer, alimenta dia após dia... E elas sempre te decepcionam (deve ser mais ou menos assim ter filhos, mas deixemos isso para outra dissertação, por favor.). Por mais que se tente, por mais que se empenhe, a vida não segue as linhas tentamos traçar - em vão. Há quem defenda que não criar expectativas é o melhor para não se decepcionar. Algumas muitas pessoas podem achar essa uma atitude imatura, insolente e sem futuro... Mas é totalmente o contrário. Não planejar é um modo de evitar transtornos desnecessários, sejam eles profissionais, acadêmicos ou sentimentais (não amorosos, por crer que não se pode ter uma "vida amorosa" quando sequer se sabe o que é amor). Mas nós, os seres humanos, gostamos de parecer superiores e hypes, seja qual for nossa visão. Os que fazem planos criticam os que não fazem, dizem que não têm perspectivas, que seguem vários rumos sem achar um objetivo e isso desvirtua o foco de sua vocação principal; já os que não fazem afirmam sua oposição a tal ato por ser uma ideia frustrada e ultrapassada, e que todo ser humano tem o direito (e até mesmo o dever) de sentir-se indeciso e trilhar caminhos para, enfim, se encontrar. É como o choque contínuo entre o convencional e o vanguardista, sempre haverá dissidências e não há nada a ser feito quanto a isso. Fazer planos ou não é uma escolha. Planos nem sempre são perfeitos, mas a falta deles nem sempre é viver. Muitos podem estar existindo em vão, em uma vidinha mequetrefe e sem propósito apenas por comodidade. Mas só se vive uma vez. O melhor é planejar, porém deixar algumas linhas em branco para que os imprevistos se desenrolem, afinal - segundo John Lennon - "a vida é o que acobtece enquanto se está ocupado fazendo planos". E claro... "Colha o dia, acredite o mínimo possível no amanhã". (Horácio)

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